sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

OS OVOS E AS GALINHAS

OS OVOS E AS GALINHAS
 (SÍLVIA FABRI)

Ovos quentes, fritos e mexidos, ovos "pochet" e ovos cozidos. Ovos, ovos, ovos...
Símbolo de riqueza, o ovo aparece ao longo da história nas diferentes culturas, com os mais curiosos aspectos.
Saindo do galinheiro (ou granja), frequenta os mercados, as mesas, a mitologia, as casas das benzedeiras e as superstições.
A figura do ovo faz-nos pensar sobre o nascimeto, a reprodução, os filhotes, a continuidade da vida, que caminha de ovo em ovo.
A galinha, simpática criatura do reino animal, representa a figura da mãe. Que bonito ver a prole ao seu redor!
A galinha é o espelho das mães que sentem que sua missão fora cumprida.
"Algo de novo? Não, muita galinha e pouco ovo", já dizia minha mãe.
De que serve a galinha se ela não botar ovos?
O que se espera dela são os ovos. E ovos pra dar e vender.
E se o ovo é "tudo de bom", que tal, ao cumprimentar alguém pelo aniversário, dizer "muitos ovos pra você!"?

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O SER E A COISA

O ser e a coisa
(Sílvia Fabri)

Por que será que o saquinho da baguete é sempre menor que ela?
É muito desagradável, para ao consumidor, carregar aquele pão no carrinho do supermercado com a ponta para fora. Ou se diminui o pão ou se aumenta a embalagem.
Será que somente a mim isso incomoda?
Essa me parece uma questão entre o ser e a coisa.
O ser pão é sagrado, é ser o alimento. E o alimento dever ser protegido, limpo, guardado.
O ser é maior do que a coisa e, quando esta cresce e vai ficando maios que o ser, este se desassossega.
Há algo de errado e ele sente, sem, muitas vezes, identificar o problema.
Situação semelhante é o caso das pessoas muito religiosas que, frequentando assiduamente a igreja (seja ela qual for), sufocam sua religiosidade, seu ser religioso, que se perde em meio às tantas atividades ali desenvolvidas.
A coisa deve servir ao ser e não o contrário. Ser coisa é participar do processo do ser como auxiliar.
O ser deve ser grande, resplandecente, inteiro. Ele é o sentimento, são as sensações, a energia que vibra e preenche a coisa, dando sentido à existência da coisa.
Sem o ser a coisa não existe. O ser se serve da coisa para se manifestar, para agir. Precisamos observar mais esse processo, identificando nas situações esses dois elementos.
Saber-se ser e não se sentir coisa: esse o propósito de nossa criação.

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